RÚSSIA E CHINA INICIAM CASO NA ONU PARA IMPEDIR QUE OS ESTADOS UNIDOS POSSAM VOLTAR AO ACORDO NUCLEAR DO IRÃ E RESTABELECER SANÇÕES

TEERÃ (Tasnim) – A Rússia e a China começaram a defender as Nações Unidas contra a alegação de Washington de que pode desencadear o retorno de todas as sanções contra o Irã no Conselho de Segurança.

O ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergey Lavrov, e o principal diplomata do governo chinês, Wang Yi, escreveram para o conselho de 15 membros e para o chefe da ONU, Antonio Guterres, enquanto os Estados Unidos ameaçam desencadear um chamado snapback de sanções sob o acordo nuclear com o Irã, embora Washington sair do acordo em 2018.

Lavrov escreveu na carta de 27 de maio, divulgada esta semana, que os Estados Unidos estavam sendo “ridículos e irresponsáveis”.

“Isso é absolutamente inaceitável e serve apenas para lembrar o famoso provérbio inglês: “você não pode ter a faca e o queijo na mão”, escreveu Lavrov, segundo a Reuters.

Washington ameaçou desencadear um retorno das sanções da ONU ao Irã se o Conselho de Segurança não estender um embargo a armas que expiraria em outubro sob o acordo de Teerã com as potências mundiais.

O embaixador dos EUA na Kelly Craft da ONU disse na semana passada que um projeto de resolução sobre o embargo será divulgado em breve.

As potências de veto do Conselho Rússia e China já sinalizaram que são contra a reimposição de um embargo de armas ao Irã. Se eles bloquearem a resolução proposta pelos EUA, Washington terá que seguir em frente com sua ameaça de recuperação de sanções.

“Os Estados Unidos, que não são mais participantes do JCPOA (acordo nuclear) depois de se afastarem dele, não têm o direito de exigir que o Conselho de Segurança invoque um snapback”, escreveu Wang em sua carta de 7 de junho.

O acordo nuclear de 2015 do Irã, consagrado em uma resolução da ONU, permite o retorno de sanções ao Irã, incluindo o embargo de armas, se o Irã violar o acordo. O presidente dos EUA, Donald Trump, encerrou o acordo em 2018, classificando o acordo da presidência de Barack Obama como “o pior negócio de todos os tempos”.

Lavrov citou uma opinião do Tribunal Internacional de Justiça de 1971, que concluiu que um princípio fundamental que regia as relações internacionais era que “uma parte que nega ou não cumpre suas próprias obrigações não pode ser reconhecida como mantendo os direitos que alega derivar da relação”.

Os Estados Unidos argumentam que ainda podem desencadear o snapback das sanções porque a resolução da ONU de 2015 ainda o nomeia como participante. Diplomatas dizem que Washington provavelmente enfrentará uma batalha difícil e confusa.

Fonte: Tasnim

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