O BRASIL ESTÁ PRÓXIMO DE SAIR DA UNIFIL POR CAUSA DE ISRAEL?

Light-Line simultâneo entre a Corveta Barroso, Destroyer Kolkata e Fragata Tarkashi. Ao fundo, a Fragata Amatola

As razões para a possível saída do Brasil do comando da força-tarefa marítima da missão de paz da ONU no Líbano são múltiplas. Qual seria o mais provável?

Nesta semana, a imprensa divulgou a possibilidade de o Brasil deixar a Força Interina das Nações Unidas no Líbano (Unifil), deixando o comando da força-tarefa de paz da ONU.

O Brasil está encarregado da força-tarefa marítima da Unifil desde 2011. O Líbano recebeu a missão de paz da ONU em 1978, após a invasão do sul de Israel.

Segundo a Folha, que citou fontes familiarizadas com o assunto em Brasília, a saída do Brasil da Unifil está certa, e é apenas uma questão de tempo. No entanto, as razões para sair apresentadas pelos vários meios de comunicação não parecem claras.

Ricardo Cabral, professor de Relações Internacionais e pesquisador da Escola de Guerra Naval, quase imediatamente rejeitou a versão de que o pedido era de Israel, citando uma nota da Marinha do Brasil que esclarece o ponto.

“Toda a questão surge de uma questão bem fundamentada, que é o reconhecimento do Brasil, em consonância com a Argentina e o Paraguai, do Hezbollah como um grupo terrorista. Ao fazer isso, o Brasil deixa de ser neutro no assunto e, portanto, perde as condições para continuar participando da Unifil ”, explicou Ricardo Cabral.

Para o professor, essa seria a única razão possível para a medida. Ele acrescentou que certamente há questões orçamentárias envolvidas, mas estas não seriam suficientes para acabar com a participação do Brasil na missão.

“Os cortes na defesa foram profundos”, disse ele, acrescentando que o custo da participação do país na Unifil já estava sendo questionado. No entanto, se fosse do interesse político, o orçamento seria acomodado.

“A questão chave seria o Brasil relacionado ao reconhecimento terrorista [como] do Hamas e do Hezbollah”, concluiu.

Este é outro exemplo das relações do Brasil se aproximando de Washington.

Fonte: FortRuss

Por Paul Antonopoulos

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