DESINFORMAÇÃO ESTÁ CAUSANDO O SURTO DE SARAMPO ENTRE OS JUDEUS ULTRA-ORTODOXOS DE NOVA YORK

A revista “The Vaccine Safety Handbook”, uma revista para pais que querem criar filhos saudáveis parece inócua, mas dentro de suas 40 páginas estão os falsos avisos de que as vacinas causam autismo e contêm células de fetos humanos abortados.
Acreditamos que não existe uma ameaça maior à saúde pública do que as vacinas”, conclui a publicação, contradizendo o consenso científico de que as vacinas geralmente são seguras e altamente eficazes.
O manual, criado por um grupo chamado Parents Educating and Advocating for Children’s Health, ou Peach, é voltado para judeus ultra-ortodoxos, cujas comunidades insulares e em expansão estão no epicentro de um dos maiores surtos de sarampo nos Estados Unidos em décadas.
Na terça-feira, o prefeito Bill de Blasio declarou uma emergência de saúde pública em partes do Brooklyn, em um esforço para conter a disseminação do sarampo nos bairros ultra-ortodoxos de lá. Ele disse que os indivíduos não vacinados seriam obrigados a receber a vacina contra o sarampo – ou ser sujeito a uma multa – à medida que a cidade aumentasse sua campanha para conter o surto.
O manual de Peach – com cartas assinadas por rabinos e seções como “Pontos de Interesse Halachic” – tornou-se um dos principais veículos para desinformação entre grupos ultra-ortodoxos, incluindo Hasidim. Sua mensagem está sendo compartilhada em hotlines e em mensagens de texto em grupo.
As vacinas contêm DNA de macaco, rato e porco, bem como sangue de soro de vaca, que são proibidos para consumo de acordo com a lei da dieta kosher”, disse Moishe Kahan, editor colaborador da revista Peach, em um e-mail.
As vacinas são frequentemente cultivadas em um caldo de células animais, mas o produto final é altamente purificado. Os rabinos ultra-ortodoxos mais proeminentes concordam que as vacinas são kosher e exortam os judeus observantes a serem imunizados.
Ainda assim, de enclaves no subúrbio de Rockland County às movimentadas ruas do bairro de Borough Park, no Brooklyn, os panfletos dizem aos hassidistas que duvidam das imunizações. Em uma recente noite de domingo, uma teleconferência de quatro horas promovida a famílias ultra-ortodoxas – com números de telefonemas para diversos países – ofereceu conselhos de oradores que foram apresentados como especialistas em ciência de vacinas.
Leia a matéria completa do New York Times clicando aqui.
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