ISRAEL PUBLICOU MAPA DO ATAQUE CONTRA ALVOS NO ENTORNO DE DAMASCO

Israel divulgou imagens de satélite fornecidas pela empresa ImageSat dos alvos, supostamente iranianos, no entorno de Damasco, cerca de 40 km de Israel, que foram destruídos por sua aviação no final da noite de 25 de dezembro. Segundo Tel Aviv, foram bombardeados depósitos de armas e munições.

O ataque, que inicialmente foi desmentido pelo Primeiro-Ministro Benjamin Netanyahu, foi considerado um sucesso, bem diferente de outros dois mais recentes, que foram considerados inócuos, um em 29 de novembro e outro em 9 de dezembro, quando o governo de Damasco afirmou que as baterias antiaéreas funcionaram eficientemente.

A Rússia, aliada do governo de Bashar Al Assad, qualificou o ataque como “provocativo” por ter posto em perigo duas aeronaves civis que haviam decolado do aeroporto de Damasco e poderiam ter sido abatidas pela defesa antiaérea síria, se não fossem habilmente desviadas pelo controle aéreo para pousarem no aeroporto de Kheimim. O incidente poderia ser uma reprise do que aconteceu com a aeronave IL-20 da Rússia que foi usada pelos caças israelenses para confundir ao sistema de defesa antiaéreo sírio, que o identificou como aeronaves em formação.

O ataque de domingo, demostrou que a aviação israelense tem aproveitado os recentes exercícios de SEAD no mar Mediterrâneo, que relatamos recentemente, para penetrar no território sírio e efetuar os ataques. SEAD é o acrônimo de Suppression of Enemy Air Defenses, que significa em português: supressão das defesas antiaéreas inimigas.

A Colinas de Golã, ocupadas por Israel desde a Guerra dos Seis Dias, também desempenham importante papel para os caças israelenses que propiciam uma zona cega natural para os radares sírios. Os F-16 emergem das colinas, e de repente, aparecem nos radares sírios já lançando seus armamentos, permitindo se evadirem de volta a Israel, violando o território libanês.

Invasões ao Líbano são corriqueiras

Em reportagem da BBC de junho de 2012, o contra-almirante Wagner Lopes de Moraes Zamith, comandante da fragata brasileira F-45 União e da Força Tarefa Naval da ONU no Líbano afirmou que aconteceram cerca de 320 invasões de aeronaves israelense em território libanês, durante o tempo que o navio esteve na área.[2]

Segundo Zamith: “As violações de espaço aéreo são frequentes. Nosso navio tem capacidade de detectar essa atividade aérea. Inclusive, isso é uma atividade subsidiária nossa que é muito bem-vinda pela Unifil (missão de paz da ONU no Líbano)”.

S-300

Donat Sorokin

O mais interessante nesse ataque é a ausência do sistema de S-300 implantado na Síria pela Rússia após o incidente de Latakia. O presidente Vladimir Putin deu um prazo para que os técnicos russos treinarem os militares sírios no uso do sistema, mas parece que o prazo dado é longo demais. Os ministérios da defesa tento da Rússia e da Síria confirmaram que o S-300 implantado em Masyaf, no noroeste da Síria, ainda não está operacional.

Por Graan Barros

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