INVESTIGAÇÃO DESCOBRE CONLUIO ENTRE ARÁBIA SAUDITA, AL-QAEDA E EUA NO IÉMEM

Uma nova investigação descobriu que a coalizão liderada pela Arábia Saudita que está travando uma guerra no Iêmen conseguiu acordos secretos com terroristas da al-Qaeda no país devastado pela violência, recrutando centenas de seus militantes Takfiri nas operações terrestres contra o movimento Houthi Ansarullah e forças aliadas.
A investigação conduzida pela Associated Press e divulgada na terça-feira questionou as alegações da coalizão sobre vitórias contra militantes da Al-Qaeda, sugerindo que o notório grupo terrorista está efetivamente do mesmo lado que os EUA, a Arábia Saudita e seus aliados no Iêmen.
A coalizão liderada pela Arábia Saudita tem pago a alguns comandantes da al-Qaeda para deixar as principais cidades do Iêmen, enquanto permite que outros se retirem com armas, equipamentos e maços de dinheiro saqueados, revelou a investigação.
Disse ainda que a aliança liderada por Riyadh recrutou centenas de elementos da Al-Qaeda. Os EUA, segundo o relatório, estavam cientes do conluio da Arábia Saudita com os militantes e adiaram os ataques de drones supostamente dirigidos contra eles.
“Elementos dos militares dos EUA estão claramente cientes de que muito do que os EUA estão fazendo no Iêmen está ajudando a AQAP (Al-Qaeda na Península Arábica) e há muita angústia sobre isso”, disse Michael Horton, da Jamestown Foundation. , um think tank baseado em Washington.
“No entanto, apoiar os Emirados Árabes Unidos ea Arábia Saudita contra o que os EUA vêem como expansionismo iraniano tem prioridade sobre o combate à AQAP e até mesmo estabilizar o Iêmen”, acrescentou.
A investigação baseia-se em relatórios e entrevistas com vários funcionários iemenitas, incluindo agentes de segurança, comandantes de milícias, mediadores tribais e militantes da al-Qaeda.
Horton ressaltou que grande parte da alegada guerra à al-Qaeda no Iêmen é “uma farsa”.
“Agora é quase impossível desvendar quem é a AQAP e quem não é, já que muitos acordos e alianças foram feitos”, disse ele.
A Arábia Saudita e seus aliados lançaram uma guerra brutal, denominada Operation Decisive Storm, contra o Iêmen em março de 2015, na tentativa de reinstalar o ex-presidente iemenita Abd Rabbuh Mansur Hadi, um forte aliado de Riad, e esmagar os houthis.
Inicialmente, a ofensiva consistia em uma campanha de bombardeio, mas depois foi associada a um bloqueio naval e ao envio de forças terrestres ao Iêmen.
A guerra imposta, no entanto, até agora não conseguiu atingir seus objetivos, graças à forte resistência das tropas iemenitas e dos combatentes aliados do Houthi.
A AQAP aproveitou-se da campanha militar liderada pela Arábia Saudita e do consequente caos no Iêmen para estreitar o controle sobre as partes do sul do país árabe.
Washington realiza ataques aéreos sobre o que alega serem alvos da al-Qaeda no Iêmen, mas fontes locais dizem que os civis foram as principais vítimas dos ataques.
Abdel-Sattar al-Shamiri, um ex-conselheiro do governador de Ta’izz, disse ter dito aos comandantes pró-Hadi que não recrutassem militantes da Al-Qaeda.
“A resposta deles foi: ‘Vamos nos unir ao demônio diante dos houthis’”, disse ele.
O relatório da AP disse ainda que Adnan Rouzek, um comandante pró-Hadi, que tem uma figura da al-Qaeda como seu assessor mais próximo, recebeu recentemente US $ 12 milhões do ex-presidente iemenita.
Fonte: Press-TV
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