PROJETO RÁDIO DEFINIDO POR SOFTWARE DE DEFESA AVANÇA COM FINALIZAÇÃO DE CONTRATO PIONEIRO

Rádio Definido por Software de Defesa

O projeto Rádio Definido por Software de Defesa (RDS-Defesa) foi aprovado e autorizado pela Portaria nº 2.110, do Ministério da Defesa (MD), de 09 de agosto de 2012, e conta com a participação das três Forças Armadas. Coube ao Exército Brasileiro a coordenação do projeto, responsabilidade que essa Força delegou ao CTEx.

O Brasil faz parte de um seleto grupo de quinze países que desenvolvem RDS, dentre eles os Estados Unidos da América (pioneiros), Reino Unido, Alemanha, França, Itália, Espanha e Israel.

Os objetivos do RDS-Defesa são: promover a interoperabilidade nas comunicações táticas das Forças Armadas brasileiras; estabelecer laços institucionais entre Instituições de Ciência e Tecnologia (ICT) civis e militares; atuar no espaço cibernético com liberdade de ação; fomentar a indústria nacional, particularmente a Base Industrial de Defesa; contribuir com a formação e aperfeiçoamento de pessoal altamente qualificado; e criar condições para iniciar a Pesquisa e Desenvolvimento (P&D) de rádios cognitivos, que é a evolução do RDS.
Além da grande importância para as comunicações militares e para a Defesa, o RDS possui grande potencial para aplicações nas áreas de segurança pública, comunicações satelitais e comunicações móveis.

O projeto RDS objetiva desenvolver três diferentes versões do RDS: a veicular, a manpack e a handheld. A versão veicular, cuja P&D encontra-se em andamento, foi escolhida como a primeira das três a ser desenvolvida, sendo dividida em módulos (vide Figura).

No mês de julho, encerrou-se o primeiro contrato celebrado em prol do projeto – o Contrato nº 06/2012 – tendo como contratante o CTEx e contratada a Fundação Centro de Pesquisa e Desenvolvimento em Telecomunicações (CPqD), sediada em Campinas – SP. Esse contrato teve como objeto a prestação de serviços de alta complexidade tecnológica para a modelagem, a pesquisa e o desenvolvimento dos seguintes módulos:

a. Módulo de Controle de Conversão Digital Analógica (CCDA): tem o objetivo de realizar funções de conversão de frequência entre banda-base e frequência intermediária;

b. Módulo de Software Communications Architecture (SCA) aberto: tem o objetivo de desenvolvimento dos dispositivos SCA necessários para a arquitetura de comunicação de software, possibilitando a portabilidade de formas de onda entre diferentes plataformas e a independência entre o hardware e o software;

c. Módulo de Segurança: tem o objetivo de prover ao RDS-Defesa robustez suficiente para mitigar os principais riscos e ataques (cibernéticos) relacionados ao uso pretendido do RDS militar. Está incluso o desenvolvimento dos circuitos digitais responsáveis pela criptografia das informações do módulo de Segurança;

d. Módulo de Forma de Onda (FO) em VHF, no qual foram desenvolvidas 07 (sete) formas de onda, entre analógicas e digitais: FM, AM, CW, Narrowband, Wideband, Vocoder (Voz Digital) e TRANSEC (Segurança na Transmissão – Salto em Frequência); e

e. Módulo da Ferramenta de Desenvolvimento SCA Compatível (FDSCAC): tem o objetivo de auxiliar e facilitar o desenvolvimento de formas de onda compatíveis com o padrão SCA.

Adicionalmente, por meio desse contrato, foram acrescentadas as seguintes funcionalidades ao RDS-Defesa:

a. Software Planejador de Missões: ferramenta que possibilita montar e configurar redes rádio de forma gráfica e rápida, facilitando o trabalho do Oficial de Comunicações em uma operação militar;

b. Adaptação e Desenvolvimento de Dispositivos SCA: adaptações do módulo SCA, para que seus dispositivos fossem compatíveis com determinado SCA comercial utilizado no projeto. Encontra-se em andamento um novo contrato de desenvolvimento de um núcleo SCA proprietário, para não mais se depender de SCA de outras empresas; e

c. Algoritmo de Controle Automático de Ganho no CCDA: técnica que permite manter a potência do sinal dentro de uma faixa de valores, para não saturar dispositivos eletrônicos, como os amplificadores, e para elevar o nível de um sinal fortemente atenuado (aquém do limiar de detecção).

Fonte: CTEx

 

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