BANDEIRA SÍRIA VOLTA A TREMULAR EM DARAA, BERÇO DA GUERRA CIVIL NO PAÍS

Hoje, o Exército Árabe Sírio hasteou pela primeira vez, em sete anos, a bandeira do país árabe em Daraa. A retomada do controle da Daraa ganha importância por ser lá que se iniciaram em 2011, os protestos contra o governo de Bashar Al-Assad que evoluíram para um conflito que já dura sete anos e matou centenas de milhares de pessoas.
Durante todos esses anos, a imprensa mundial foi abastecida com notícias vindas diretamente do front, na maioria das vezes “apuradas” pela oposição Síria mascarada pelo nome de “Observatório Sírio dos Direitos Humanos” ou pelos “Capacetes Brancos”. Ambos, são grupos com sede no Reino Unido e mantidos com verbas desse país e dos Estados Unidos.
Sendo assim, é natural vermos a imprensa explicando o conflito sírio como se ele tivesse sido iniciado com a revolta da população sunita massacrada por um ditador xiita (na verdade Assad é alauíta). A “Primavera Árabe” que começou na Tunísia e se caracterizou por grandes protestos populares por mais liberdade também é constantemente usada para explicar o conflito sírio.
Entretanto, a população nunca é o agente desencadearor desses protestos, mas é influenciada e impulsionada pelos verdadeiros atores, e todos eles são externos. Israel, Arábia Saudita e principalmente, Estados Unidos tinham e têm interesse em derrubar o presidente sírio.
Hoje, essa ingerência nos assuntos internos da Síria foi lembrada por Tyler Duden do site “Zero Hedge”. Duden cita um artigo da revista “Time” de 2006 que revelou os planos de Washington para “minar” o governo sírio, isso as vésperas da eleição presidencial que deu vitória a Assad para mais um mandato. Um dos trechos do artigo da “Time” embasa o argumento:
Autoridades americanas dizem que o governo dos EUA manteve contatos extensivos com uma série de grupos anti-Assad em Washington, na Europa e dentro da Síria. Para dar impulso a essa oposição, os EUA estão considerando seriamente o esquema de monitoramento eleitoral proposto no documento, de acordo com vários funcionários. A proposta ainda não foi aprovada, em parte devido a questões sobre se as eleições na Síria serão atrasadas ou mesmo canceladas. Mas uma autoridade dos EUA familiarizada com a proposta disse: “Vocês devem se perguntar se estamos tentando desestabilizar o governo sírio”.
É o velho habito dos Estados Unidos de interferir em assuntos internos dos países usando o pretexto de implantar “democracia”.
Por Graan Barros
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