EB: TECNOLOGIA E PRINCÍPIOS DE FUNCIONAMENTO DAS ARMAS LEVES ANTICARRO

O Exército Brasileiro através da Portaria nº 049- DCT, de 22 de maio de 2018 homologa os Requisitos Técnicos Básicos da Arma Leve Anticarro (ALAC). Além listar os requisitos, a portaria traz uma contextualização desse tipo de armamento, a partir dos princípios de funcionamento de cada arma utilizada atualmente pela indústria de defesa mundial:

A Arma Anticarro para pequenos escalões e uma arma de defesa portátil empregada contra blindados, que devera incorporar tecnologias avançadas nas áreas de mecânica, explosivos, propelentes, e materiais compósitos, aplicáveis em armamento anticarro (AC). Com referência as deficiências tecnológicas, estas poderão ser satisfeitas com soluções estrangeiras via transferência das tecnologias necessárias e a consequente nacionalização das mesmas.

O projeto desse armamento poderá ser baseado em um dos seguintes princípios básicos:

1) princípio do foguete: a queima do propelente ocorre numa pressão muito baixa, o que permite a utilização de um tubo simples e de baixo peso. Todavia, a produção de fumaça e grande e a queima do propelente deve ocorrer dentro do tubo, para evitar queimaduras no atirador. Este fator determina o comprimento do tubo, enquanto que o diâmetro da cabeça de guerra fixa o diâmetro do tubo.

Exemplos de AC com estes princípios: VIPER (USA), APILAS (FRANCA), LAW – 80 (INGLATERRA);

2) princípio do canhão sem recuo: neste tipo, o momento linear do projetil (“momentum“) e os gases que saem na boca da arma são compensados por gases que, através de uma tubeira, escapam pela parte traseira do tubo. A pressão do tiro e alta, o que exige um tubo com resistência adequada, nesta arma, descartável apos um único tiro.

Exemplos: AT-4 (SUÉCIA), CARL GUSTAV M2 (SUÉCIA), FOLGORE (ITÁLIA); e

3) princípio da massa contraria: foi desenvolvido e patenteado, em 1914, pelo engenheiro americano Davis. Neste armamento, o momento do projetil e os gases que saem pelo tubo são compensados pela expulsão de uma massa pela parte posterior do tubo. A grande vantagem deste sistema e que o diâmetro da cabeça de guerra pode ser aumentado, modificando-se apenas o peso da massa. Contudo o peso da massa contraria aumenta o peso do armamento. Algumas armas utilizam uma variante desse princípio (JÚPITER), onde dois pistões são empurrados pelos gases para a boca e para a parte traseira da arma, ejetando o projetil e a massa. Os pistões são freados no interior do tubo apos um determinado deslocamento, formando um sistema fechado, o que torna possível a sua reutilização.

Exemplos: AC 300 JÚPITER (FRANCA), Pz Fst3 (ALEMANHA ORIENTAL).

A maioria dos armamentos oferecidos no mercado atual são descartáveis, sendo fabricados, normalmente, com material compósito (plásticos de engenharia reforçados, tais como resina epóxi com fibra de vidro, por exemplo), o que limita a sua operação contínua. Será necessário desenvolver, no Brasil, a tecnologia de fabricação dos tubos lançadores e dos corpos das munições em materiais compósitos, bem como das cabeças de guerra (carga oca).

Fonte: EB

ALAC da Gespi Aeronáutica:

Segundo o fabricante, a ALAC foi concebida como uma arma pronta para o combate. Construída com a mais alta tecnologia em materiais compostos, o ALAC é pré-carregado com uma munição AEAC (HEAT), restando ao soldado apontar, destravar e disparar. O princípio é o do canhão sem recuo.

O Exército Brasileiro adquiriu um lote de ALAC,em 2014.

Especificações do armamento brasileiro:

Calibre da Munição: 84 mm

Velocidade Inicial: 240 m/s

Comprimento da Arma: 1020 mm

Tempo de voo até 300 m: 1,5 seg

Peso da Arma Carregada: 7,5 Kg

Alcance útil: > 300 m

Peso da Munição: 2,4 Kg

Penetração: > 300 mm

Peso da Embalagem Operacional com 4 ALAC: 42 Kg

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