SÍRIOS DE GHOUTA SE LIBERTAM DE GRUPOS SECTÁRIOS E TEOCRÁTICOS

Em Ghouta Oriental, através dos corredores humanitários criados pelo governo da Síria e Rússia, já foram libertados milhares de homens, mulheres e crianças. Anteriormente, a região estava sob controle total de grupos sectários como o “Tahrir Al-Shan”, que ficou mais conhecido pelo seu antigo nome Jabath Al-Nusra e por receber financiamento dos EUA, pelo Jaysh Al-Islan (financiado pela Arábia saudita), o Daesh (Estado Islâmico) e outras formações.

Esses grupos sunitas e abraçaram o salafismo e o wahabismo como forma de “purificar” o islamismo dos infiéis xiitas. Outro ponto comum que une esses grupos é o sonho de transformar a Síria em um Califado, o mesmo sonho do Daesh (Estado Islâmico). Mesmo com características nitidamente antidemocráticas, esses grupos são conhecidos e protegidos pela imprensa mundial que os chamam de: “oposição moderada”.

Não há aqui a intenção de falar mal do sunismo, pois a maioria da população Síria faz parte desse ramo do Islamismo. Essa maioria sunita também se reflete no grande Exército Árabe Sírio, formado por maioria absoluta por soldados sunitas, mas com frações xiitas, alauítas e cristãs. Os cristãos se organizaram em cerca de 15 milícias armadas que protegem suas cidades de origem, além de participarem, logicamente, do Exército.

Esse exército luta há 7 longos anos ao lado do presidente sírio Bashar Al-Assad contra inimigos tão diversos e poderosos quanto os Estados Unidos, Israel, Arábia Saudita, Turquia (externos), combatendo diretamente com eles ou indiretamente, pois a oposição recebe ajuda financeira e armamentos dos países citados. Nos últimos anos, têm recebido apoio da Rússia e do Irã que foram solicitados por Assad.

Se houve uma deserção inicial de parte do Exército que foi incitada por agentes externos, hoje, não há como explicar a lealdade e união desse mesmo exército a não ser pelo entendimento, quase epifania, de que ser subordinado a um governo laico como é o do presidente eleito Bashar Al-Assad, será sempre melhor que servir a um governo absolutista e teocrático como o da Arábia saudita.

Por Graan Barros

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