CHINA APRENDE A OPERAR NAVIOS AERÓDROMOS E PODERÁ PROJETAR PODER NO PACÍFICO

Já falaram que, “quem tem um, não tem nenhum”. Usamos a máxima para referir-nos a uma marinha que só opera um porta-aviões, ou “Navio-Aeródromo”, para sermos mais terminologicamente precisos. Os Estados Unidos da América fugiu dessa máxima e cuidou de ter inúmeros navios desse tipo, todos com propulsão nuclear e com capacidade de operar um quantidade enorme de caças em seu convoo. Verdadeiras bases aéreas com capacidade de projetar poder em qualquer parte do globo terrestre. Daí surgiu mais uma máxima; que os EUA possuem: “Milhões e milhões de toneladas de diplomacia”

Os adversários dos EUA: Rússia e China, entretanto, apesar de serem superpotências militares operam apenas um navio-aeródromo cada uma. A Rússia por escolha doutrinária nunca optou por eles, preferindo desenvolver uma invejável força de submarinos, silenciosos e letais. Mas, atualmente, começou a operar o Navio-Aeródromo Almirante Kuztetsov, navio modernizado, com capacidade de operar uma pequena ala de SU-33 e MIG-29K. Sua primeira comissão foi recentemente no conflito sírio lançando suas aeronaves para atacar posições do Estado Islâmico, Frente Al-Nusra (Al-Qaeda, financiada pelos EUA) e outro grupos terroristas.

A China, após um período de grande crescimento econômico, que quase tirou o título dos EUA de maior economia mundial, logicamente, também almeja ser a maior potência militar do mundo. O caminho é longo… Entretanto, para a alegria dos EUA, algumas capacidades não são fáceis de serem adquiridas, acontecem mais lentamente, precisando de ajuda externa. Pois, para operar um NAe é necessário doutrina que nem sempre é passada com facilidade por outra nação, mesmo que seja amiga.

Observamos que o Brasil, apesar de atualmente não ter como manter o seu único navio-aeródromo, o A-12 “São Paulo” o mantém atracado no Arsenal de marinha do Rio de Janeiro, esperando o momento em que melhores ventos orçamentários atinjam a sua marinha. Porém, doutrina não é algo apenas escrita em um manual, mas uma mescla disso. Os homens que hoje estão adestrados e que podem transmitir o seu conhecimento aos novos marinheiros, com o passar dos anos vão se aposentar.

NavioAeródromo A-12 São Paulo

A China já buscou adquirir essa doutrina com a Marinha do Brasil, mas parece que não logrou sucesso. Aos chineses, entretanto, não falta disposição nem dinheiro, pois possuem um orçamento militar invejável que dará condições para manter o seu atual Navio-Aeródromo e operar um segundo, que deverá estar pronto em poucos anos. O novo NAe, segundo os chineses, está sendo construído com tecnologia autóctone, mas sabemos foi baseada no navio atual, adquirido dos ucranianos. Havia também o rumor que o novo possuiria propulsão nuclear, fato este, que foi desmentido nesses últimos dias pelos próprio chineses.

Agora, tentado matar dois coelhos em uma só cajadada, a China conduz exercícios militares operando pela primeira vez o Navio-Aeródromo “Liaoning”, ganhando assim experiência e doutrina. O exercício também tem o objetivo de projetar poder no Mar do Sul, região que a China afirma ter o direito adquirido de controlar. Porém, parte da região também é requerida por diversos outros países asiáticos, inclusive pelas Filipinas. Manila, recentemente, mudou sua orientação na política exterior, se dizendo agora, aliada de Moscou. Só o tempo dirá, como a Rússia se posicionará nesse caso, onde os interesses de um aliado tradicional como a China se opõe ao do novo aliado, Filipinas.

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Fotos: Navy 81

Por, Graan Barros

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