TRUMP: EUA DEVERIAM SE PREOCUPAR EM ACABAR COM ESTADO ISLÂMICO AO INVÉS DE DERRUBAR ASSAD

Em uma entrevista  ao jornal Washington Post, o novo presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump afirmou, em um momento de grande lucidez, que os Estados Unidos deveriam se preocupar em destruir o Estado Islâmico ao invés de tentar derrubar o presidente sírio, Bashar Al Assad.

Os motivos para a existência do conflito sírio, que já matou milhares de pessoas, foram sempre deturpados pela imprensa internacional. Afirmam que os problemas sírios podem ser explicados dentro do contexto da primavera árabe, mas esquecem de falar a audiência internacional quem realmente lucraria com a queda de Assad.

Primeiramente, os Estados Unidos, que aumentariam sua área de influência no Oriente Médio, colocando no lugar de Assad um governo alinhado com os interesses de Washington, ao invés de Moscou, parceiro tradicional da Síria. A Rússia mantém uma base naval na cidade de Tartus desde 1971.

O segundo grande interessado no agravamento do conflito sírio é a Arábia Saudita, país que há décadas é governado com mão de ferro por um ditadura monarquista e que exerce liderança nos Sunitas, grupo religioso majoritário no mundo (cerca de 98% dos mulçumanos são Sunitas).

Desde o início do conflito milhares de jihadistas sauditas foram mandados a Síria para lutar nas mais diferentes milícias com o objetivo de derrubar o presidente Assad, que faz parte da minoria Alauíta (aliada do Irã), para impor um governo sunita.

O último interessado é Israel, que quer anexar definitivamente as Colinas de Golan, ocupadas durante a Guerra dos Seis Dias, quando a Síria e outros países árabes se opuseram a resolução da ONU que criou o Estado de Israel.

A declaração de Trump para o W.P. parece corroborar as suas afirmações durante a campanha presidencial de que a política exterior do Estados Unidos seria menos intervencionista. Entretanto, é cedo demais para saber se os EUA realmente jogaram a toalha!

Por Graan Barros

 

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