GUERRA DE INFORMAÇÃO: RÚSSIA x ESTADOS UNIDOS

O jornalista estadunidense,  Boake Carter, pseudônimo de Harold Thomas Henry Carter (Baku, 28 de setembro de 1899 ou 1903 – Hollywood, 16 de novembro de 1944) afirmou certa vez, que “em tempo de guerra a primeira vítima é a verdade“. E no século XX e XXI a frase de Carter, que faleceu no meio da Segunda Guerra Mundial, parece ter ganhado mais relevância, devido ao aparecimento da Internet, instrumento que acelerou o processo de disseminação da notícia.
 
Trazendo para o contexto da guerra, que é um dos assuntos tratados no nosso BLOG, observamos que a notícia ou informação pode se transformar e um importante front no campo de batalha. Mas, falamos de notícia trabalhada e não apenas do que os jornalistas chamam de factual. É a chamada guerra de informação, tão preciosa quanto uma arma de última geração. Nesse tipo de guerra é possível inverter os fatos e acrescentar elementos inexistentes, com o objetivo de influenciar a sociedade a apoiar ou não uma determinada campanha belicista.
 
O entendimento do Conflito na Síria, desde o seu início, está claramente sendo manipulado pela mídia. A ideia de que existiu uma Primavera Árabe pode e deve ser questionada e revista. Basta analisar os desdobramentos dos acontecimentos no país árabe. Como da noite para o dia grupos que diziam lutar por democracia e liberdade se transformaram em violentos jihadistas financiados com dinheiro, treinamento e armas dos EUA e Arábia Saudita. 
 
Outro exemplo claro: A Força Aérea da Rússia entrou no conflito sírio, através de solicitação do presidente, Bashar Al-Assad. Já a coalizão formada pelos EUA e OTAN (Organização do Tratado do Atlântico Norte) que há meses bombardeia, sem mostrar resultados positivos, nunca recebeu permissão alguma da ONU (Organização das Nações Unidas) para  violar o espaço aéreo sírio e atacar posições ocupadas pelo EI (Estado Islâmico). Entretanto, a CNN, em um dos seus noticiários acusam os pilotos russos de aproximarem os seus caças de forma acintosa dos caças dos EUA. 
 
O último acontecimento importante no Conflito da Síria foi a utilização de uma nova arma russa contra o EI: o míssil de cruzeiro Kalibr-NK com alcance estimado em 2600 km. Segundo o Ministério da Defesa da Rússia, foram lançados, a partir de plataformas navais posicionadas no Mar Cáspio, 26 desses mísseis que atingiram com precisão os seus alvos no território sírio com CEP (erro) de apenas 5m. Os EUA, por sua vez, iniciaram mais uma Guerra de Informação, contestando parte da informação russa. Para os EUA, quatro Kalibr-NK erraram o alvo, caindo em solo iraniano. O Irã e a Rússia negam.
 
O objetivo dos EUA, nesse último caso, é o de matar dois coelhos com uma só cajadada: 1º – pôr em dúvida o sucesso da míssão e 2º – desqualificar o novo míssil de cruzeiro, concorrente direto do Tomahawk estadunidense. O Kalibr-NK possui versões com menor alcance que os que foram usados contra o IE, esses, a indústria de defesa russa pretende apresentar aos seus parceiros comercias. Ou seja, a Guerra Comercial está nesse caso interligada a Guerra da Informação.
 
Por Graan Barros

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