COMUNICADO OFICIAL SOBRE O ACIDENTE COM AVIÃO DA MALAYSIA AIRLINES

Experimento realizado pelo consórcio de armas antiaéreas Almaz-Antey nega conclusões da Comissão Internacional de Inquérito sobre a сatástrofe do voo MH17


Moscou, 13 de Outubro de 2015 – O consórcio russo Almaz-Antey S.A., produtor de sistemas de defesa antiaéreos de mísseis terrestres e navais, assim como de estações de radar e sistemas móveis de comando, anuncia nesta terça-feira que realizou uma série de experimentos de campo para refutar completamente a versão da Comissão Internacional de Inquérito em relação à catástrofe que ocorreu com o Boeing 777 da Malaysia Airlines (Voo MH17), que voava de Amsterdã (Holanda) até Kuala Lumpur (Malásia). O desastre aconteceu em 17 de julho de 2014 na região de Donetsk (Ucrânia).
 
De acordo com a Comissão Internacional de Inquérito, o avião malaio tinha sido abatido com um míssil 9M38M1 a partir do povoado de Snizhne, usando um foguete 9M38M1. Entretanto, testes realizados por peritos da Almaz-Antey comprovam que o disparo contra o avião civil foi realizado a partir de Zaroschenskoe, utilizando outra munição (9M38 de modificação obsoleta) e que não está presente no arsenal da Rússia, mas sim no das Forças Armadas da Ucrânia.
 
O Experimento

No dia 7 de outubro de 2015, o consórcio Almaz-Antey realizou um experimento de campo único que lança luz sobre as reais circunstâncias da queda do Boeing 777. Para realização do teste, foi adquirido um avião IL-86, considerado imprestável, semelhante em construção e parâmetros básicos à fuselagem da aeronave Boeing-777. Além disso, o Ministério da Defesa da Rússia forneceu um míssil 9M38M1 para concretização dos testes.
 
A explosão do míssil junto à fuselagem do avião foi efetuada em uma posição estacionária no polígono do Instituto Estatal de Engenharia Mecânica de V.V. Bakhirev, localizado na região de Nizhny Novgorod (Rússia). O objetivo era verificar a versão divulgada no relatório preliminar da Comissão Internacional de Inquérito que afirmou que o disparo contra o avião tinha sido realizado a partir do povoado de Snizhne, usando um míssil 9M38M1.
 
Para simular o que ocorreu com o voo da Malaysia Airlines, segundo as afirmações da Comissão Internacional de Inquérito, foi utilizado um supercomputador que processou mais de 14 milhões de opções para definir os parâmetros de compensação da posição dinâmica e estática dos objetos – o míssil e a aeronave. No âmbito do experimento de campo, os ângulos de aproximação correspondiam à situação descrita no relatório da Comissão – como se o míssil partisse da área de Snizhne.
 
O resultado do experimento mostrou que, de acordo com o caráter da danificação da aeronave, ficou evidente que as conclusões apresentadas pela Comissão Internacional de Inquérito são bastante diferentes do que realmente aconteceu com o Boeing 777 da Malaysia Airlines:
 
A Comissão afirma que o principal dano causado na aeronave ocorreu pelas submunições no lado esquerdo, atingindo a cabine do piloto, a asa esquerda, o motor esquerdo e o lado esquerdo da cauda. No entanto, após a realização do teste efetuado pelo consórcio Almaz-Antey, foi possível observar que o motor esquerdo do IL-86 não foi danificado. Foi possível observar, portanto, que a principal concentração de elementos danificados – os chamados “Bisturi” – ocorreram de lado a lado da cabine do piloto, o que elimina a possibilidade do lado direito do avião ter permanecido intacto.
 
Conclusão: A localização dos danos na fuselagem mostra que o míssil que atingiu o Boeing 777 não poderia ter sido disparado da região de Snizhne.
 
Outro detalhe é sobre o uso do 9M38M1 no experimento. É importante lembrar que o míssil contém submunições pesadas – Duplo T, compostas por vigas de ferro. Em geral, os danos causados pelo míssil resultam no formato “borboleta”. O resultado é diferente do encontrado no avião da Malaysia Airlines, cujo dano apresentava formato de “paralelepípedos”.
 
Conclusão: Peritos da Almaz-Antey confirmaram, desta maneira, que tais danos seriam somente ocasionados pelo míssil de modificação antiga 9M38 – que não contém submunições Duplo T. Tais mísseis não estão presentes no arsenal da Rússia. O prazo de validade do último expirou em 2011. Por outro lado, a mesma munição ainda está desde os tempos soviéticos à serviço das Forças Armadas da Ucrânia.
 
Avaliação Final
 
Os resultados do experimento refutam completamente as afirmações da Comissão de Inquérito Internacional/Conselho de Segurança Holandês (OVV) sobre o tipo do míssil que derrubou o avião da Malaysia Airlines, além da localização de seu lançamento.
 
“É possível afirmar definitivamente que, se o Boeing 777 foi atingido por um sistema de mísseis de defesa aérea BUK, então certamente foi o modelo 9M38 e não o 9M38M1. Além disso, concluímos que o lançamento ocorreu de Zaroschenskoe, e não de Snizhne”, afirmou Yan Novikov, diretor-geral do consórcio Almaz-Antey.
 
Comprovação da Localização de Disparo
 
A primeira fase de testes para determinar a procedência do míssil foi efetuada em 31 de julho de 2015. Foi utilizada uma maquete da parte da frente do Boeing 777, composta por painéis de metais.
 
O objeto foi explodido usando a munição 9N314M, localizada no segundo compartimento do míssil 9M38M1. O disparo foi realizado como se o míssil partisse em direção ao avião a partir de Zaroschenskoe.
 
Como resultado, os especialistas registraram os danos similares aos que foram encontrados no avião da Malasya Airlines, concluindo que o mesmo foi abatido a partir de Zaroschenskoe. Os testes foram apresentados em 2 de junho em coletiva de imprensa do consórcio Almaz-Antey.
 
Sobre a Almaz-Antey
 
Com sede em Moscou, a Almaz-Antey atua no desenvolvimento e fabricação de sistemas de defesa de mísseis aéreos de curto, médio e longo alcance, além dos principais tipos de sistemas de radar de vigilância e de controles automatizados. Os principais negócios da companhia estão focados no desenvolvimento, produção, adaptação, manutenção, revisão e até na eliminação de: sistemas de defesa de mísseis aéreos (complexos) e também de seus componentes; de sistemas e equipamentos de radares; de sistemas de controle de armas; de outros produtos militares de dupla utilização e civis, entre outros. A empresa atende e fornece serviços para as áreas de Defesa da Rússia, além de realizar o comércio exterior de armas, equipamentos militares e produtos civis. A holding engloba mais de 60 empresas presentes em 17 regiões da Rússia. Em 2013, as vendas de armas da companhia atingiram US$ 8,33 bilhões. A corporação ocupa o 11º lugar no ranking das 100 maiores empresas da indústria de defesa do mundo, ao lado de Boeing, Lockheed Martin, Raytheon, General Dynamics, Northrop Grumman, BAE Systems, Thales, EADS e IAI, entre outras. Os produtos do consórcio fazem parte do arsenal de 50 países.
 
www.almaz-antey.ru/
 
Fonte: Cunha Vaz Brasil – Public Relations
Marcel Salim 

Você pode gostar...