A FRANÇA PODE VENDER O MISTRAL PARA O BRASIL?
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Foto: AFP / Georges Gobet |
Já que o acordo sobre Mistral de 1,3 bilhões de dólares foi suspenso por um prazo indeterminado, a França precisa desesperadamente de uma solução para o problema que ela própria criou: o que fazer com os navios de guerra que Paris se recusa a entregar à Rússia?
Vendê-los aos terceiros países é considerado como o melhor dos piores soluções disponíveis para a França. Canadá, China e Estados Unidos têm sido repetidamente nomeados como compradores potenciais, mas esses acordos são altamente improváveis para realizar. The National Interest*, uma revista bimensal americana, escreve que este é um caso especial para o Brasil, cuja frota coincidentemente precisa de um navio capitânia para servir como um centro de comando flutuante.
O fim do caminho?
“Um navio de assalto anfíbio, como o Mistral, dá para a Marinha capacidade de executar um papel de liderança independente em uma crise litoral”, a revista observou, referindo-se especificamente às operações de ajuda humanitária.
“Vários países latino-americanos têm exprimido frustração em relação à sua capacidade de realizar operações de socorro marítimas independentemente dos Estados Unidos”, escreve a revista, citando uma operação de ajuda humanitária após o terremoto de 2009 no Haiti como um exemplo. Brasil estava ansioso de prestar ajuda humanitária, mas foi afastado pelos EUA.
A compra pelo Brasil dos porta-helicópteros Mistral facilitaria também tais operações do exército como o transporte rápido de tropas, veículos blindados e diferentes aeronaves.
A capitânia da Marinha do Brasil — o porta-aviões, apelidado de São Paulo — foi encomendado em 1963 pela Marinha francesa. Paris transferiu o navio da classe Clemenceau ao Brasil em 2000, onde se deverá manter-se em serviço até 2039.
Naquele momento o navio será de 76 anos, que está muito além da idade da reforma para os equipamentos militares. Além disso, São Paulo está em constante necessidade de reparos e manutenção.
O Brasil não pode construir um porta-aviões por si mesmo e ninguém está vendendo estes navios no momento. Um Mistral ou dois poderia assumir o papel de liderança em vez do velho São Paulo.
“Os Mistrais podem aumentar a influência do Brasil na região não apenas por existir, mas também fazendo as coisas em uma base diária. Eles poderiam tornar-se imediatamente os navios de guerra de maior impacto que possui a marinha da América do Sul desde os primeiros dias do século XX. Os dois navios poderiam até mesmo operar ao longo da Amazônia, que é navegável por navios de grande porte”, conclui a revista.
A Rússia não precisa de Mistrais porque tem sua própria tecnologia de construir navios desse tipo. O crescente interesse mundial sobre este tipo de navio abre possibilidades muito boas de exportação, especialmente considerando o fato de que a Rússia tem laços muito estreitos com o Brasil.
Fonte: Sputnik
Para acessar o link para o texto da The National Interest* clique aqui.
Obs.:
A classe de navios em que se enquadra o BPC Mistral francês é a de Navio de Assalto Porta Helicópteros e não pode ser confundida, como fez o texto do Sputnik, com um Navio Aeródromo que é o “A-12 São Paulo” da Marinha do Brasil. Um, não substitui o outro simplesmente. A classe Mistral, por suas dimensões e tipo de convoo, não permite o pouso enganchado e nem a decolagem por catapulta, mas somente de aeronaves capazes de efetuar pousos e decolagens verticais (V/Stol) como os realizados pelo Harrier, MV-22 Osprey e o novíssimo F-35.
Nenhuma dessas aeronaves, acima citadas, estão no inventário da Marinha do Brasil atualmente e nem há, pelo que se saiba, planos para adquirir algumas delas num futuro próximo. Há planos, esses sim, confirmados pelo Comando da Força, de adquirir aeronaves Gripen (em futuras versões navais do modelo E) para substituir os A-4 Skyhawk designados, AF-1B Falcão, quando estes derem baixa daqui a alguns anos (não me atrevo a fornecer datas) junto com o NAe São Paulo. Ou seja, as próximas aeronaves vão operar em um novo Navio Aeródromo a ser construído com sistema de decolagem por catapultas.
Para acessar o link para o texto da The National Interest* clique aqui.
Obs.:
A classe de navios em que se enquadra o BPC Mistral francês é a de Navio de Assalto Porta Helicópteros e não pode ser confundida, como fez o texto do Sputnik, com um Navio Aeródromo que é o “A-12 São Paulo” da Marinha do Brasil. Um, não substitui o outro simplesmente. A classe Mistral, por suas dimensões e tipo de convoo, não permite o pouso enganchado e nem a decolagem por catapulta, mas somente de aeronaves capazes de efetuar pousos e decolagens verticais (V/Stol) como os realizados pelo Harrier, MV-22 Osprey e o novíssimo F-35.
Nenhuma dessas aeronaves, acima citadas, estão no inventário da Marinha do Brasil atualmente e nem há, pelo que se saiba, planos para adquirir algumas delas num futuro próximo. Há planos, esses sim, confirmados pelo Comando da Força, de adquirir aeronaves Gripen (em futuras versões navais do modelo E) para substituir os A-4 Skyhawk designados, AF-1B Falcão, quando estes derem baixa daqui a alguns anos (não me atrevo a fornecer datas) junto com o NAe São Paulo. Ou seja, as próximas aeronaves vão operar em um novo Navio Aeródromo a ser construído com sistema de decolagem por catapultas.
Graan Barros
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