AQUISIÇÃO DO PANTSIR S-1 PELO BRASIL: PESO DA INDÚSTRIA DA DEFESA NACIONAL SERÁ DECISIVO!
Compra de material bélico fomentada por novas alianças geopolíticas sempre existiram e sempre existirão. Recentemente, o Ministério da Defesa adquiriu da Cotecmar da Colômbia 4 (quatro) lanchas de assalto, LPR-40 sem nenhuma transferência de tecnologia. A Colômbia é um país alinhado com os EUA e talvez por isso mesmo a a aquisição não recebeu críticas da mídia nacional e internacional. Já no caso do Pantsir-S1, além de uma mudança de paradigma importante, de Ocidente para o Oriente (Rússia), houve a mudança no “ROC”, que “Dispõe sobre o estabelecimento de Requisitos Operacionais Conjuntos para os produtos de defesa comuns às Forças Armadas e suas aquisições” publicado pelo Ministério da Defesa.
Os “ROC” foram criados durante o Ministério de Nelson Jobim no Governo Lula e têm por objetivo padronizar as aquisições das Forças Armadas. O problema na publicação do “ROC do Sistema de Defesa Antiaérea de Média Altura das Forças Armadas 2012”, especificamente, foi o conjunto de alterações feitas em 2013. Grosso modo o Ministério de Defesa publica esses requisitos dividindo-os em: “absolutos”, “desejáveis” e “complementares”. Na versão mais recente alguns itens que inicialmente eram considerados “absolutos”, ou seja, essenciais, foram reconsiderados e realocados dentro dos quesitos “desejáveis”.
Essas alterações, entretanto, não nivelaram para baixo todos os requisitos, mas em alguns casos até os elevam. Um exemplo é capacidade de autodestruição do míssil após o disparo, que não existia no “ROC” de 2012. Esse requisito, alias, é uma das características de outro Sistema de Defesa Antiaéreo de baixa altura adquirido recentemente pelo MD para o Exército, o RBS-70. Em operações de não guerra, cito Copa do Mundo e Olimpíada, é considerado ideal, pois existirá sempre a dúvida e o temor de abater aeronaves civis, mesmo que estas estejam se dirigindo contra uma das arenas esportivas.
Já os requisitos “puxados” para baixo e que por isso mesmo causaram mais polêmica, foram os que alteraram o “envelope” de engajamento do sistema (maiores distâncias em que um alvo pode ser abatido). O alcance na horizontal passou de 30 km para 20 km, já na vertical manteve-se em 15 km, que é altura de engajamento que o Exército considera como camada de média altura. O outro foi em relação às “aeronaves orgânicas” que terão condições de realizar o transporte do Sistema dentro do território nacional em caso de guerra. Na versão de 2012 mencionava os cargueiros, C-130 Hercules, atualmente em uso pela FAB, e o futuro cargueiro da Embraer, KC-390, que deverá ter o seu 1º protótipo voando ainda no 4º trimestre desse ano. Na versão de 2013 as referidas aeronaves foram retiradas e substituídas apenas pelo termo “aeronaves”. Para realizar o transporte do Pantsir-S1 será necessário uma aeronave maior, de outra categoria e que a FAB ainda não possui. Talvez um Antonov 124.
Como se vê, pelo menos em relação as mudanças no “ROC”, não há muito o que se preocupar. A não ser fique provado nos relatórios que o Sistema Pantsir-S1 não conseguiu alcançar os requisitos mínimos propostos pelas Forças Armadas como vem sendo divulgado por algumas mídias. Entretanto, o negócio com os russos trará muitas vantagens a indústria nacional nacional. Sabemos de antemão que o Radar de varredura e o “transponder”, IFF (identificador Amigo/Inimigo), por exemplo, serão fornecidos por empresas nacionais que estão envolvidas nesse processo e que também enviaram seus representantes para acompanhar os testes realizados na Rússia. Concluo que certamente a Indústria de Defesa Nacional terá grande peso na decisão final do Governo Federal.
Fontes de Pesquisa:
Forças Terrestres
Ministério da Defesa
EsACosAA
Fontes de Pesquisa:
Forças Terrestres
Ministério da Defesa
EsACosAA
Graan Barros
Obrigado pelo elogio ao BLOG! Sobre a aquisição do Sistema de Média Altura o cronograma do Exército de recebimento dos PRODE (Produtos de Defesa) é bastante curto prevendo a finalização em 2015.
Boa Noite Graan, infelizmente nosso Exército não tem experiência em defesa aérea, sendo assim até mesmo os requisitos as vezes são incoerentes. O sistema é muito superior aos concorrentes e mais barato, o que ocorre é um preconceito de EB e má intenção da mídia! Verifique o novo Sistema de comando e controle da bateria que pode escravizá-las a 40Km, nenhum sistema poderia ser transportado por nossos aviões completamente, sobrevivência no campo de batalha: muita com um sistema que atira e foge sempre operando com radares externos ou próprio. O único senão é a possibilidade de abater alvos manobráveis, porém isso será resolvido com a nova versão para o Exército Russo em 2017. Os concorrentes são Spyder: não utilizado em Israel e falhou na Ossétia, Bamse antiquado e sem mobilidade tática num país sem estratégia de defesa nenhuma, ou seja, pra quê? Iris-t e Nasans muito bons, porém a preços muito maiores( se comparar o que foi comprado e transferencia) e sem transferência de tecnologia, sem contar que o sistema pertence a OTAN. As notícias da invasão de 2013 são incertas e se Israel Jameou o Pantsir na Siria não se sabe, acho difícil pois o sistema é de curto alcance e não está por todo país, ainda assim poderia não estar defendendo a posição, uma vez, que segundo Israel, tratava-se de uma operação clandestina de transposição de mísseis para o Hamas, ou seja, sem chamar a atenção! Obrigado.e continue com o Blog. Muito bom!!!
Lembro do incidente de 2007 e das alegações dadas de que o Sistema Pantsir não havia sido ainda implantado em sua totalidade. Já o de 2013 não tenho informação alguma. É algo a se pesquisar mais.
Graan,Tem notícias das falhas ou falta de reação adequada do sistema Pantsir-S1 contra ataques aéreos de Israel contra a Síria em 2007 e 2013?
Obrigado Daniel.