NOVOS CAÇAS AINDA NÃO TÊM PREVISÃO DE FUNCIONAMENTO – CONSIDERAÇÕES

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O Jornal da Globo, edição de ontem (18) abordou a aposentadoria em dezembro próximo dos caças Mirage 2000-C que fazem a defesa aérea da região Central do Brasil e da capital brasileira, Brasília onde também ficam os Três Poderes. Sobre essa reportagem podemos esclarecer um ponto levantado pela jornalista que nos parecem equivocado.

Quando a FAB reconhece que mesmo depois de modernizados os F-5 que não se equiparam aos Mirage, não se deve pensar que esses caças não são capazes de executar as suas funções. Trata-se apenas de dizer que os F-5M não são aeronaves ideais, comparadas com os Mirage, para missões de interceptação, pois possuem velocidade final muito inferior. 

Um Mirage 2000-C consegue atingir a velocidade de Mach 2,2, ou seja, voar a mais de 2 X a velocidade do som, enquanto o F-5M atinge uma velocidade final de Mach 1,6. Esse é o grande problema! Não deve-se substituir o Mirage por outra aeronave que não vai cumprir essa função com a mesma desenvoltura. 

Entretanto, se compararmos os aviônicos, sensores e armamentos que o F-5M é capaz de utilizar a vantagem mudará de lado. O F-5M foi equipado com sensores utilizados em aeronaves de 4ª geração. Pode lançar bombas inteligentes e disparar mísseis ar-ar de última geração como o A-Darter de fabricação Sul-Africana e brasileira que entrará em operação já no ano que vem.  Esse míssil pode ser disparado contra um alvo que esteja atrás da aeronave. É só o piloto usar o HMD que é a sigla em inglês para o capacete com mira, olhar para o alvo e disparar.  

Observando esses pontos positivos, entretanto, não podemos deixar de criticar a demora do Governo Federal em decidir qual será o caça genuinamente de 4º Geração e Multifunção, que substituirá não só os Mirage, como também todos F-5M e mais a frente os A-1M (AMX) que são as nossas aeronaves de ataque estratégico fabricadas pela EMBRAER.

Esse processo vem se arrastando desde o Governo Fernando Henrique Cardoso, atravessando três governos. A demora vem prejudicando não só a FAB, mas também o próprio Governo Federal que poderia se livrar de uma das frentes de críticas utilizadas pelos seus adversários políticos.

Graan Barros

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