BRASIL ADQUIRE SISTEMA ANTIAÉREO PARA A COPA, MAS QUE NA VERDADE NÃO É SÓ PARA A COPA

Noticiada pela imprensa especializada e não-especializada (G1 -Globo) no dia de ontem, a Portaria do Ministério da Defesa e do Comando da Aeronáutica¹, autoriza as negociações para a aquisição do sistema de defesa antiaérea de médio alcance russo, Pantsir-S1.
Na verdade as negociações iniciaram em fevereiro de 2013, na VI Reunião de Alto Nível de Cooperação Brasil-Rússia, onde foi assinada uma declaração de entendimentos para a aquisição de duas baterias de mísseis Igla-S, que já são usados tanto pela FAB como pelo Exército Brasileiro, bem como três baterias do Pantsir-S1 que deverão dotar as três forças.
Para alguns a quantidade de baterias parece pouco e seria mesmo se não tratasse de pedido inicial. Diferente de uma compra de prateleira a aquisição será feita com transferência de tecnologia pela Industria de Defesa Nacional, onde pelo que se sabe, contará com a presença da Avibrás e de outras empresas de material bélico.
Um outro ponto que vem sendo divulgado pela imprensa é de que a compra dos sistemas antiaéreos está vinculado aos grandes eventos como Copa das Confederações, Copa do Mundo e Olimpíada². É um grande equívoco! O Exército brasileiro possui um projeto chamado: Sistema Integrado de Artilharia Antiaérea do Exército Brasileiro. O momento é que tornou-se propício, já que o contribuinte não absorve bem, por desconhecimento do assunto Defesa, os elevados gastos que são necessários para a modernização da Defesa. Os objetivos do plano são:
  • Quando for o caso, a substituição ou repotencialização de material obsoleto, como por exemplo os canhões Oerlikon de origem sueca e seu respectivo diretor de tiro o Radar Superfledermaus que dotam apenas o 11º Grupo de Artilharia Antiaérea no RJ.
  • Complementar as baterias de mísseis IGLA-S, que possuem guiagem termal com baterias de mísseis RBS-70 de fabricação sueca guiados por feixe de laser. Lembrando que a compra dos RBS-70 não impossibilita a aquisição do armamento russo.
  • Fazer a defesa aérea de média altura (3000 a 15000 metros), hoje inexistente, com o sistema russo Pantsir-S1, que, como foi afirmado acima não deverá ficar somente em 3 baterias. A necessidade é urgente, pois na guerra moderna as aeronaves podem “entregar” seu armamento contra o alvo operando em altitudes superiores aos 3000 metros. 
Graan Barros


NOTAS DE RODAPÉ:

¹ A Portaria foi publicada pelo Ministério da Defesa com o Comando da aeronáutica, porém é o Exército Brasileiro que cuida da defesa antiaérea brasileira.

²A vinculação da aquisição do Pantsir-S1 e de qualquer outro equipamento AAe aos eventos internacionais aqui realizados é sempre questionável. O Governo Federal poderia divulgar as cláusulas desses contratos.


Leia a matéria sobre a aquisição do RBS-70 pelo Exército Brasileiro no Link:


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