PORTUGAL QUER CONSTRUIR NAVIOS DE GUERRA COM ANGOLA


Portugal propôs a Angola a construção conjunta de navios de guerra e mais dois projetos da indústria de defesa, segundo o presidente do Conselho de Administração da holding da empresa pública de defesa (EMPORDEF).
  Rui Vicente Ferreira, que integra a comitiva que o ministro da Defesa Nacional José Pedro Aguiar-Branco levou a Angola para uma visita de trabalho de três dias (que termina hoje), acrescentou que o objetivo é colocar a relação bilateral “num estádio mais avançado de cooperação na área da indústria de defesa”.
Nesse sentido, foram apresentados três projetos ao ministro da Defesa Nacional angolano, Cândido Van-Dúnem, ao chefe de Estado-Maior General das Forças Armadas Angolanas, general Geraldo Sachipendo Nunda, e ao chefe de Estado-Maior da Marinha de Guerra Angolana, almirante Augusto Cunha.
O primeiro projeto de cooperação consiste na construção de navios de guerra em comum, necessários às Marinhas dos dois países.
“Ou seja, criar condições para um projeto, com sustentabilidade, com formação das tripulações e todos os técnicos necessários e depois dar o acompanhamento e a manutenção desses vasos de guerra, que poderão eventualmente vir a ser construídos. Este foi o principal e maior projeto”, salientou o presidente da holding que tutela os Estaleiros Navais de Viana do Castelo, entre outras empresas.
Quanto à escolha do estaleiro em que os navios de guerra serão construídos, em cooperação com Angola, Rui Vicente Ferreira considera ser ainda cedo para se dizer qual.
A designação do estaleiro depende do “momento em que as autoridades angolanas definirem” a sua resposta.
“Teremos de definir o local de construção e provavelmente, num processo cooperativo, teremos de fazer a escala do projeto. O casco pode ser construído num local, num determinado estaleiro. Depende não só do momento em que as autoridades angolanas decidirem este projeto de cooperação, assim como da capacidade portuguesa em acompanhar o desenvolvimento desse projeto em paralelo”, explicou.
Quanto às necessidades de Portugal, Rui Vicente Ferreira acrescentou que o projeto foi preparado em cooperação com o Estado-Maior da Armadas portuguesa. “Não é um projeto só do Empordef. Incluiu também as orientações da Direção Geral de Armamento do Ministério da Defesa Nacional”, concluiu.
O segundo projeto está ligado à área das telecomunicações militares. “Temos competência dentro do nosso grupo da holding Empordef nessa área e sempre desenvolvemos ao longo de anos equipamentos, que vendemos em muitos continentes, com empresas em que temos participações juntamente com outras empresas internacionais”, sublinhou.
Rui Vicente Ferreira acrescentou que a Empordef está associada a “projetos de negócio empresarial que têm tido sucesso”.
“Achamos que estamos num estádio de evolução em que podemos ajudar Angola a assimilar essas tecnologias e a nós fazermos formação e industrializá-las, dado o desenvolvimento de meios nos três ramos das forças armadas que Angola necessita”, explicou.
O terceiro projeto de cooperação consiste na criação em Angola de um “centro de excelência”, também para os três ramos das Forças Armadas Angolanas.
“Um terceiro patamar de projeto foi a criação de um centro de excelência de simulação, também para os três ramos, de formação e treino de condutores, pilotos, seja dos diferentes tipos de equipamentos e armamentos, helicópteros, aviões, navios de guerra ou carros de combate”, disse.
O objetivo é criar em Angola, “numa perspetiva de economia de escala, um centro que permitisse desenvolver essas competências”.
Portugal, salientou, tem essas competências dentro da holding Empordef e está “disponível para fazer essa transferência”, assegurou.
Fonte: OJE/Lusa


NOTA DE RODAPÉ:

Esse é um dos resultados da visita da delegação do Ministério da Defesa ao país africano com o objetivo de implementar um acordo de cooperação na área de Defesa.
Angola está em franco crescimento econômico e já registrou taxas de 17% anuais que são superiores até as da China. Nos próximos meses os Angolanos devem festejar o aumento da produção de petróleo que deve superar a da Nigéria.
Graan Barros

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