BRINCANDO DE DEFESA

A Síria ensinando ao Brasil

Uma boa maneira de não errar é aprender com os erros dos outros ou com os seus próprios. Usando a primeira opção para solucionar um antigo problema brasileiro que é a defesa antiaérea, podemos analisar o conflito na Síria do presidente Bashar al-Assad. Creio já ter completado 15 meses do início desse conflito interno, onde milhares de civis já morreram devido aos intensos combates dentro de área urbana.


O ensinamento que o Brasil pode usufruir, não tem nada a ver com os combates urbanos, trágicos por sinal, mas sim pelos desdobramentos que agora atravessaram a fronteira da Síria. No dia 22 de junho a defesa antiaérea Síria derrubou, em uma clara invasão do seu espaço aéreo, uma aeronave F-4 Phantom de origem turca em missão de reconhecimento. Imediatamente, sites e blogs de todo o mundo passaram a tentar descobrir qual seria o tipo de armamento antiaéreo que teria sido utilizado para derrubar o avião turco. Artilharia de tubo como canhões Oerlikon ou Bofors, logo foram cogitados como os mais prováveis.
F-4 Phanton (turco)
Para surpresa geral, entretanto, o sistema de Defesa Antiaéreo da Síria parece dispor de algo muito mais avançado e eficiente que a artilharia de tubo ou mísseis Igla que, aliás, são os meios utilizados pelo Exército Brasileiro para defender os milhares de quilômetros do nosso território contra possíveis aeronaves hostis. Pantsir S-1, esse é muito provavelmente o sistema de defesa que foi usado pelos sírios. De origem russa, o Pantsir é um dos melhores sistemas antiaéreos móveis da atualidade, podendo alcançar alvos que estejam a uma altitude de 15 Km e a voando a 20 Km de distância. O aprendizado Sírio veio do ataque feito por Israel décadas atrás, as suas usinas nucleares.
Com o recado dado aos potenciais invasores, as chances de invasão que já eram remotas devido as costas quentes que o regime Sírio tem (a Rússia é um parceiro histórico), tornaram-se cada vez mais improváveis. Voltando os olhos para esse nosso eterno gigante deitado em berço esplendido, que é o Brasil com suas riquezas e recursos que são infinitamente maiores que os da Síria, podemos fazer uma pergunta: Como um país como o Brasil pode em pleno século XXI, onde conflitos e guerras espalham-se em todos os continentes, não contar com defesa aérea compatível a sua envergadura?
Estamos falando de armamento de defesa e não de ataque, só para não constranger os inúmeros adeptos do pacifismo míope que vivem no Brasil. Porque se pensarmos somente em termos regionais da nossa América do Sul, inúmeros conflitos podem acontecer no início desse século. Entre eles podemos citar: Venezuela x Colômbia, Chile x Bolívia (saída para o mar) e Argentina x Inglaterra.
Apesar do quadro assustador que vivemos, há uma luz surgindo no fim do túnel. Pode parecer irônico, mas a desculpa para a compra de um sistema mais eficaz e moderno para o nosso exército virá dos Jogos Olímpicos. Por contrato assinado com o Comitê Olímpico, o Brasil deve possuir capacidade de defender as diversas delegações do mundo de ameaças antiaéreas. Os jogos olímpicos e sua mensagem de paz entre os povos do mundo vão permitir que modernizemos ao menos, a defesa antiaérea brasileira, mesmo que seja por caminhos tão tortos. A título de informação, a provável escolha do Exército Brasileiro será o Tor M2E, também de origem russa.
Graan Barros

Abaixo os Sistemas Antiaéreos que o Brasil possui:

 
Míssil Igla-S


 
 
 
 
 
 
Canhão Oerlikon 35mm
 
 
 
 
Sistema usado pela Síria: Pantsir S-1
 
 


Sistema que o Exército Brasileiro quer adquirir: Tor M2E
 
 

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