ISRAEL ANDA PREOCUPADO COM A ARÁBIA SAUDITA… COM A SEGURANÇA DA ARÁBIA SAUDITA

Tivemos a oportunidade de evidenciar, mesmo que alguns não queiram enxergar, que a cada dia dois inimigos históricos: a Arábia Saudita e Israel têm se aproximado em secreto e até atuando militarmente em conjunto contra inimigos comuns, mais especificamente a minoria Xiita.

Recentemente, em discurso proferido na Conferência Mundial sobre Segurança em Munique, o Ministro da Defesa de Israel, Avgdor Liberman, afirmou que [1]: “O Irã tenta enfraquecer a Arábia Saudita (…) e que o Major-General, Qassem Soleimani, comandante da Guarda Revolucionária do Irã, é o terrorista número 1 do mundo”. Liebermann continuou a discursar, aprofundando mais o seu pensamento sobre a sua visão do Oriente Médio atual e deixando boquiabertos os ouvintes e a imprensa, principalmente a Israelense.

“Se você me perguntar:” Qual é a maior notícia no Oriente Médio? “Eu acho que [pela] primeira vez desde 1948, o mundo árabe moderado, mundo sunita, entende que a maior ameaça para eles não é Israel nem os judeus, mas o Irã”.[Esse trecho pode ser encontrado no 8’30” do link 1]

Indagado pelos jornalistas, o governo de Benjamin Netaniahu autorizou o ministro da Inteligência, Israel Katz a dar esclarecimentos sobre a preocupação de Israel com os sauditas, país que nem mantém relações diplomáticas com o país:

“Sim, há cooperação entre Israel e esses países, o que não pode ser discutido em detalhes”, explicou Katz. “Esta cooperação vai ser significativamente melhorada, porque os EUA vão liderá-la.O primeiro objetivo é bloquear o Irã e empurrá-lo para fora da área.” [2]

Outros fatos importantes corroboram a tese que existe uma aliança entre Israel e sauditas. Em 2015 surgiu a denúncia de que Israel estaria ajudando militarmente os sauditas no guerra do Iémen. Forças navais israelenses estariam realizando um bloqueio do estreito de Bab-el-Mandeb, que é uma importante rota marítima, para que ela não caísse nas mãos do grupo Xiita, houthi que tem laços importantes com o regime do Irã.

No mesmo ano de 2015, o milionário príncipe saudita, Al-Walid bin Talal pediu para que os muçulmanos tomassem um nova postura em relação aos israelenses:

“Todos os meus irmãos e irmãs muçulmanos precisam entender que tornou-se um imperativo moral para todos os habitantes do Oriente Médio devastado pela guerra, principalmente os árabes, para que desistam de sua hostilidade absurda contra o povo judeu. Meu soberano, o rei Salman, instruiu-me a abrir um diálogo direto para a construção de laços amigáveis com os nossos vizinhos israelenses “.[3]

 

Com tantas demonstrações de apreço de ambos os governos é de se esperar que, brevemente, Israel e Arábia Saudita estabeleçam relações diplomáticas, com a criação de embaixadas e corpos diplomáticos, como foi feito recentemente com outro país muçulmano, que já travou guerras com Israel, o Egito.

A situação não só está desagradando o xiita, Irã, mas a Síria e o grupo Hezbolah do Líbano.  Prova disso, foi o recente discurso do líder do grupo, Hassan Nasrallah que falou duramente contra o desenvolvimento das relações entre Israel e Arábia Saudita na última sexta-feira, na TV Al Manar do Líbano. Nasrallah, entre outra coisas afirmou que o desenvolvimento das relações entre os dois países é o pior coisa que está acontecendo atualmente no Oriente Médio.

Por Graan Barros

 

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