ISRAEL DESISTIU DA “INDICAÇÃO” DE DANI DAYAN PARA EMBAIXADOR NO BRASIL

Tel Aviv desistiu da indicação de Dani Dayan como embaixador de Israel no Brasil. O anúncio, que foi feita esta manhã, não traz maiores explicações, informando apenas que Dayan ocupará em breve o posto de cônsul-geral na embaixada de Nova York que ficará vago.

O imbróglio com o Brasil começou há cerca de oito meses quando o governo de Israel, quebrando as regras básicas da diplomacia internacional, indicou o nome do diplomata Dani Dayan para assumir a embaixada do seu país em Brasília, sem que esse fosse submetido primeiramente à diplomacia e ao governo do Brasil.

O caso poderia ser entendido apenas como uma gafe diplomática, que poderia ser contornada com um pedido de desculpas e o retorno aos trâmites corretos de indicação. Mas, não se viu essa ação do governo de Netanyahu, pois o problema maior estava no nome do indicado. O diplomata Dayan já chefiou o “Conselho de Assentamentos Judaicos em Judéia e Samaria”, que é um grupo que promove assentamentos de judeus nos territórios ocupados por Israel em conflitos passados e que por diversas vezes agiu de forma violenta.

Sobre a postura brasileira é importante lembrar que todas as diretrizes da diplomacia acerca de Israel e Palestina foram delineadas nos anos cinquenta e sessenta e que o período em que houve maior aproximação do Brasil com os Árabes e a causa Palestina, ocorreu dentro do governo militar de direita de Geisel. [1]

Por isso mesmo, não houve apenas uma reação de governo, mas de política de Estado e que foi amplamente embasada por quarenta de nossos embaixadores brasileiros já aposentados. O Brasil reconhece apenas as fronteiras estipuladas pela ONU, que criou um Estado Judeu e outro Palestino em 1948, com Jerusalém dividida em capital dos dois Estados.

Por Graan Barros

[1]http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0101-90742014000200150

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