A ARÁBIA SAUDITA AUMENTA SUA INFLUÊNCIA POLÍTICA E BÉLICA NO ORIENTE MÉDIO COM A AJUDA DOS EUA

A Arábia Saudita é o berço de Maomé e consequentemente do Islamismo, religião que está entre as três maiores do mundo, ficando atrás somente do Cristianismo. O ramo do Islamismo adotado pelos Sauditas, o Sunismo, também é majoritário, com mais de 85% dos adeptos contra apenas 15% dos Xiitas. E finalmente, também é o maior país do Oriente Médio com cerca de 2.150.000 km² de extensão. Todos esses aspectos poderiam explicar por si só o papel de liderança dos sauditas na região.

A influência da Arábia Saudita no Oriente Médio só está crescendo agora. Muito, pela nova postura dos EUA assumida na região. A ingerência dos americanos sempre se baseou no temor de que se repetissem a crises do petróleo como as da década de 1970, quando os países árabes, através da OPEP fizeram o preço do barril disparar. Agora, a pressão interna por petróleo vindo do exterior diminuiu muito, graças a quase autossuficiência alcançada pela descoberta e exploração do gás de xisto no próprio território dos EUA.

Poder político é poder bélico

O aumento do poder político necessariamente se reflete no poderio bélico. As forças armadas da Arábia Saudita são modernas e por vezes rivalizam com as do Estado de Israel, que atualmente é o único a possuir ogivas nucleares na região. Excluíndo a dissuasão nuclear que os sauditas ainda não têm, as forças sauditas adquiriram ou têm planos de adquirir os seguintes meios:
Caças Eurofighter Typhoon Tranche 2, F-15SA Strike Eagle e Panavia Tornados.

Sistemas de defesa antiaérea Patriot.

Helicópteros de ataque, AH-64E Apache e de manobra, UH-60M Black Hawk

Fragatas FREEM



Os sauditas também pretendem adquirir um dos “Navios de Assalto Porta Helicópteros da Classe Mistral”, fabricados originalmente pela França para os russos. Seria uma grande ironia se a Arábia Saudita, inimiga da Rússia, ficasse com o Mistral.

Israel, um ex-inimigo? 

Nesse novo momento, a animosidade contra o Estado de Israel, parece que ficou no passado. Basta ler as declarações do príncipe e milionário, Al-Walid bin Talal em julho desse ano, que trouxeram espanto tanto ao mundo ocidental, quanto aos líderes da região. O príncipe Talal exortou: 1
“Todos os meus irmãos e irmãs muçulmanos precisam entender que tornou-se um imperativo moral para todos os habitantes do Oriente Médio devastado pela guerra, principalmente os árabes, para que desistam de sua hostilidade absurda contra o povo judeu. Meu soberano, o rei Salman,  instruiu-me a abrir um diálogo direto para a construção de laços amigáveis com os nossos vizinhos israelenses “.

Inimigos atuais

O maior inimigo da Arábia Saudita sunita é o xiita, Irã, único país do mundo que tem essa corrente do Islamismo como maioria de sua população. O Irã também apoia o presidente sírio, Bashar Al-Assad que apesar de fazer parte de uma minoria conhecida como Alauítas, governa uma Síria de maioria Xiita.

É sabido que a duração do conflito na Síria, que se arrasta por mais de quatro anos, deve-se muito a ingerência da Arábia Saudita, mesmo que de forma indireta. Há um grande número de jihadistas de origem saudita que lutam na Síria. Eles rumaram aos milhares em direção a Síria, sob as vistas grossas de Riad, para se juntar as milícias anti-Assad.

Uma outra frente de atuação da Arábia Saudita é o Iemen, país vizinho ao sul da Península Arábica. As forças sauditas, estão bombardeando as forças leais ao presidente deposto, Ali Abdullah Saleh. A acusação feita pelos sauditas é que o ex-presidente Saleh e a minoria  houthi que o apoia, querem instalar uma ditadura Xiita no país com a ajuda do governo do Irã.

Todos esses conflitos inevitavelmente provocam o êxodo de populações inteiras que procuram abrigo em outros países e campos de refugiados da ONU.
É muito cômodo para quem está a milhares de quilômetros de distância pensar que uma família síria com mulheres e crianças possam fugir para um país vizinho. Como podemos ver o quadro é demasiadamente complexo devido ao sectarismo religioso presente nos conflitos do Oriente Médio.
A Arábia Saudita está por trás da maioria dos conflitos no Oriente Médio, mas praticamente não arca com o efeito colateral das suas ações.
Por Graan Barros
 
Fontes: 
http://naargrosbar.blogspot.com.br/2015/07/principe-saudita-que-visitara-israel.html

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