RÚSSIA ACEITA FAZER TRANFERÊNCIA IRRESTRITA DA TECNOLOGIA DO PANTSIR PARA O BRASIL

Foto: Gilberto Alves
As negocições para a aquisição do Sistema de Defesa Antiaérea Pantsir -S1 avançam. Os bons resultados são fruto das reuniões de cooperação técnico-militar entre Brasil e Rússia como a que foi realizada no dia 18 em Brasília (DF). Ver matéria do MD no (Link).
 
Talvez a afirmação mais importante da reunião e que deverá ser transcrita para o contrato para ser oficializada, foi a do chefe da delegação russa, o senhor Vladimir Tikhomirov: “Concordamos com a transferência irrestrita de tecnologia e necessidade de suporte pós venda.” Ou seja, não se trata apenas da chamada compra de prateleira, que não beneficia em nada a indústria de defesa brasileira. 


Desde que se soube do interesse do Brasil em adquirir o Pantsir, houve muitos obstáculos, até mesmo de alguns oficiais do Exército Brasileiro, que precisaram ser convencidos da compra. A imprensa (inclusive a não-especializada) mirou no valor, considerado muito alto se comparado com outros sistemas “equivalentes”. É importante frisar, entretanto, que o valor da aquisição nunca foi divulgado oficialmente, mas somente especulado. Falava-se em 1 bilhão de dólares, enquanto o Ministro da Defesa Celso Amorim afirmava que o motante chegaria em um primeiro momento a casa de 1 bilhão de reais (link da entrevista do ex-Ministro – ver a partir dos 25’41”)
 
Tikhomirov também tocou em outro ponto importante: a do pós-venda: “Vamos capacitar parceiros brasileiros que realizarão esse suporte. Estamos tendo progressos”.
 
Muitos mitos criados na internet podem perdurar por anos e o da qualidade do pós-venda russo pode ser  um deles. Talvez por isso a ncessidade dos russos em ressaltar esse ponto. Até o momento, as Forças Armadas Brasileiras possuem no inventário apenas dois armamentos de origem russa: o sistema de defesa antiaérea de baixa altura Igla e o helicóptero MI-35 (AH-2 Sabre) que é versão de exportação do famoso MI-28 Hind. Este, operado pela FAB na região norte do país.
 
O AH-2 Sabre, desde que foi adquirido para a FAB, foi alvo preferencial de mitos que permanecem até hoje, mesmo sendo desmentidos pelas evidências. Podemos citar alguns deles: 1. Os helicópteros tinham sido aquiridos sem chaff-flares; 2. Teriam vindo sem os supressores de IR. 3. Não teriam sido adquiridos mísseis anticarro; 4. não haviam peças sobressalentes. 5. Os pilotos não haviam aprovado o desempenho do helicóptero.
 
Na foto do Esquadrão Poti podemos ver um dos supressores IR e oito mísseis anticarros Ataka.
 
Outro assunto tratado foi o Off-Set da aquisição dos AH-2 Sabres (MI-35), que trata das compensações pela aquisição desses helicópteros. Para o leitor ter ideia de como funcionam as compensações, tomemos por exemplo as aeronaves “EADS Casa C-295”, comprados da Airbus Defence e designados pela FAB, C-105 Amazonas que começaram a ser recebidas em 2008. Uma das compensações que a FAB recebeu foi o alvo aéreo Diana, que será usado no treinamento das aeronaves de caça da força.
 
Os russos também ofereceram o “Sistema de mísseis Bastion” para proteção de costa, que utiliza mísseis  de cruzeiro supersônicos Oniks P-800.
 
Por Graan Barros

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