EXÉRCITO RUSSO ANUNCIA CRIAÇÃO DE FORÇA AÉREA DE RÁPIDA REAÇÃO

O aumento significativo do número de tropas aerotransportadoras e seu completo rearmamento também fazem parte da reforma militar.
 
Atualmente o armamento das tropas russas é formado apenas por equipamentos e meios que podem ser transportados por via aérea Foto : Reuters

No início de agosto, o Exército da Rússia anunciou a criação de uma força aérea de reação rápida (Pronto emprego) e o aumento do número de tropas aerotransportadoras. O comandante Vladimir Chamanov falou sobre os planos de inclusão da aviação militar na composição dessas tropas, continuação de um processo de transformação dos aerotransportadores em algo parecido com o Corpo de Fuzileiros Navais dos EUA.
 
A demissão do ex-ministro da Defesa, Anatoli Serdiukov, e os planos para a continuação das reformas militares do seu substituto, Sergei Shoigu, permitiram que as tropas aerotransportadoras passassem da defesa, que desempenham com sucesso desde o início de 2008, para o ataque.
 
No ano passado, a chefia dessas forças aéreas conseguiu trazer ao seu comando duas brigadas de assalto, que antes estavam sob o comando do Exército, reunindo, portanto, todas as unidades aerotransportadoras sob sua liderança. As tropas aerotransportadoras têm regras próprias, e seu lema – “ninguém, além de nós” – reflete a ideia de que fazem parte da elite do exército russo.
 
A atual posição das tropas aerotransportadoras no exército russo é semelhante ao papel cumprido pelo Corpo de Fuzileiros Navais dos EUA no exército americano, mas as forças aéreas russas são focadas na realização de sabotagem atrás das linhas inimigas e não podem, diferentemente dos fuzileiros americanos, conduzir longas e duras batalhas de defesa e atacar posições fortificadas do inimigo. Isso se deve principalmente à falta de meios técnicos, mas também ao fato de que o Corpo de Fuzileiros Navais dos EUA tem não só uma aviação própria, mas uma forte artilharia, bem como tanques de combate.
 
Atualmente o armamento das tropas russas é formado apenas por equipamentos e meios que podem ser transportados por via aérea. Parece lógico, considerando o território da Rússia e a falta de uma frota comparável em força com a Marinha dos Estados Unidos, mas faz das tropas aerotransportadoras um tipo de unidade auxiliar, fato com o qual, ao que parece, o comando não tem intenção de se conformar. “Pretendemos aumentar ainda mais o potencial de combate e as zonas de presença das nossas tropas, também fora do nosso país”, disse Chamanov.
 
A nova força de reação rápida terá a sua própria aviação. De acordo com o diretor-geral da fabricante de helicópteros Vertoleti Rossii, Alexandr Mikheev, “a empresa já está desenvolvendo complexos de helicópteros de perspectiva, dos quais as tropas aerotransportadoras necessitam”. A companhia também prometeu equipar essas forças com veículos aéreos não tripulados de ataque, cujo desenvolvimento já está sendo conduzido.
 
Ainda não foi definido o uso de tanques e artilharia pesada, mas infantaria de asas pretende aumentar seus equipamentos tradicionais e até 2025 receberá mais de 1.500 novos tanques BMD-4M e mais de 2.500 veículos blindados Rakushka, de diferentes modelos.
 
Mais militares
 
Para aumentar a atuação das tropas aerotransportadoras é preciso também aumentar o número de soldados. Atualmente essas tropas contam com cerca de 35 mil pessoas, e, segundo um representante do Ministério da Defesa, o número de militares será aumentado em cerca de um terço.
 
Um grande aumento do potencial dessas tropas não é esperado, em razão da limitação das tarefas que elas podem cumprir. Já o emprego de militares nas forças de reação rápida, cujo processo de criação não é simples, como anunciado pelo próprio Chamanov, pode ser bem significativo. Uma tropa de infantaria leve, como em essência são as aerotransportadoras, pode receber comando operativo de grupos de tropas que possuem todo o espectro de armamentos necessários.
 
O aumento de tropas não contradiz a concepção russa de um exército compacto, com cerca de 1 milhão de pessoas, já que o aumento de pessoal se dará por conta da incorporação de outras unidades, que estejam subordinadas ao Exército ou, por exemplo, à Marinha.
 
As reformas nas tropas aerotransportadoras acabaram se mostrando necessárias, tendo em vista os recentes acontecimentos na Ucrânia. Sob tais condições, parecem bem racionais as ações de generais russos que têm como objetivo reunir um grupo de reação rápida capaz de combate. Para conter ameaças inimigas e lutar contra o terrorismo, a Rússia apostará nas divisões móveis e altamente treinadas de preparação constante.
 
 
 
 



Fonte: Gazeta Russa
Aleksandr Korolkov

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