O MISTRAL RUSSO

Toda compra de material bélico exige do comprador (Governo) e do fabricante uma longa negociação sobre especificações técnicas, ou seja, qual a configuração que o produto final deverá ter. Um bom exemplo são os dois Navios de Propósitos Múltiplos da Classe Mistral (vídeo) encomendados pelo Governo russo a DCNS francesa. 
O segundo, Sevastepol saiu, para testes de mar, do Estaleiro onde foi construído com significativas diferenças técnicas se comparamos ao Mistral desenvolvido inicialmente para a Marinha Francesa. Essas mudanças podem ser negociadas por vários motivos, que podem ser de ordem financeira ou mesmo o interesse do comprador em integrar algum sistema, sensor ou armamento que ele já tenha dominado a expertise. 
Nesse último caso, as negociações costumam ser longas, seja por motivos meramente técnicos, pois nem sempre é fácil integrar tecnologias de outra procedência ao projeto original, principalmente quando são tão distintas como as da Rússia e do Ocidente (França). Há ainda a motivação geopolítica ou simplesmente por interesses de mercado. 

Caso parecido aconteceu recentemente, quando a Marinha do Brasil teve interesse em adquirir o mastro Integrado (IMAST) da Thales para sua nova classe de Corvetas. As negociações de integrar radares brasileiros ao IMAST fracassaram, levando o Almirantado a se conformar com um mastro tradicional, mas que usassem os nossos radares.

Voltando ao caso do Mistral Sevastepol, o resultado parece ter atendido as especificações pretendidas pelos russos, que queriam um navio marcadamente de assalto anfíbio.

Mistral Sevastepol

16 Helicópteros de ataque: Possivelmente KA-52 Alligattor
40 Blindados
4 Embarcações de Desembarque
600 combatentes

18 a 19 nós de velocidade máxima
21.300 Toneladas de Deslocamento
6,3 m de Calado
210 m de comprimento
32 m de largura

Graan Barros

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