OS DESAFIOS DA RÚSSIA PARA REALIZAR A OLIMPÍADA DE INVERNO

Em agosto de 2013, no auge da crise Síria, onde as nações do Ocidente ameaçavam atacar a Síria, tendo como argumento o suposto uso pelas tropas do governante Bashar Al-Assad de armas químicas contra civis, surgiu na internet “uma teoria de conspiração” que incluía o nome do presidente russo,Vladimir Putin.

Nessa teoria a família real que governa a Arábia Saudita (uma das mais antigas ditaduras do Oriente Médio e também aliada dos EUA), advertiu ao presidente russo a aceitar a queda de Bashar Al-Assad que aconteceria após o iminente ataque do Ocidente contra a Síria. Os Sauditas, além de serem aliados dos americanos na região são também  inimigos históricos de Bashar Al-Assad.
A resposta de Putin foi bombástica, ameaçando os Sauditas com um ataque arrasador. Acuado com a ameça russa, o príncipe Saudita contra-atacou avisando que tinha o controle de centenas de jihaditas e homens bomba de origem Chechena, que só estavam esperando a ordem para realizar ataques suicidas durante a Olimpíada Internacional de inverno que irá acontecer, em fevereiro de 2014, na cidade de Sochi, região do Cáucaso.
Deve-se lembrar que o ataque a Síria só não aconteceu graças a intervenção ativa de Putin, deixando claro ao mundo que não deixaria os sírios sós, caso houvesse um ataque. A retórica russa foi posta a prova quando as Forças armadas de Israel e EUA realizaram um teste com míssil balístico a partir de um navio. Os russos foram os primeiros a detectar, rastrear e divulgar o lançamento, provando que em caso de ataque, ampliariam a cobertura radar da defesa antiaérea da Síria.
Os esforços russos foram além, quando graças a sua diplomacia, foi elaborado um plano, para que todo o arsenal de armas químicas Sírio fosse destruído sob a inspeção da ONU. Com o sucesso do plano as intenções de ataque americanas e dos seus aliados tiveram que ser descartadas. Entretanto, a guerra civil não dá sinais de que vai ter fim em um futuro próximo, já que não lutam apenas forças do governo e rebeldes, mas um grande número de estrangeiros vindos de diversos países do oriente médio.
Imagem do ônibus que sofreu o atentado em Volvogrado

Agora, com a aproximação da Olimpíada de Inverno na Rússia, ecoa a ameaça do príncipe saudita que teria prometido um banho de sangue provocado por homens-bomba de orientação islâmica, vindos das ex-repúblicas soviéticas.

É bem verdade que ainda não se sabe com certeza se os financiadores dos atentados terroristas lançados recentemente na cidade de Volvogrado (Ex-Stalingrado), contra uma estação de trens, deixando 18 mortos e outro contra um ônibus, os dois, ocorridos em um período de apenas 24 horas (ver aqui), são os mesmos que a Arábia Saudita diz ter sob seu controle. Só investigações mais profundas responderão essa dúvida.

O grande problema a ser resolvido no momento é o ambiente de insegurança provocado. E principalmente de desconfiança entre os países que vão enviar seus atletas a cidade Sochi. A Rússia terá a capacidade de proteger as delegações e seus atletas da ameaça terrorista?

A resposta dos serviços de segurança russos, porém, foi radical; isolando a cidade de Sochi do restante do país em um esquema de proteção sem precedentes. Lembremos que a Olimpíada de Londres em 1982 foi realizada com sucesso, mesmo sendo precedida também, por ataques terroristas contra ônibus e metrô (ver aqui) que causaram várias vítimas fatais.

 
Graan Barros

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