HÉRCULES C-130 NA OPERAÇÃO ANTÁRTICA

O trabalho do Programa Antártico Brasileiro é dividido em operações anuais para efeito de sistematização. Cada operação antártica tem início em outubro, com a saída do Navio de Apoio Oceanográfico Ary Rongel do Porto do Rio de

Janeiro, levando suprimentos para reabastecimento da Estação Ferraz, equipamentos científicos, combustível para abastecimento da Estação, das embarcações e aeronaves e transportando pessoal. Essas pessoas, além da tripulação do navio, são alguns militares que dão apoio à pesquisa científica, membros do Arsenal de Marinha do Rio de Janeiro que anualmente fazem a manutenção da Estação, e pesquisadores que farão coletas de dados ou observações científicas ao longo da viagem.

Do Rio de Janeiro, o Ary Rongel segue até Rio Grande, onde está instalada a Esantar (Estação de Apoio Antártico), para embarque de equipamentos científicos e vestimentas especiais e dali segue para o Arquipélago das Shetlands do Sul, fundeando na Enseada Martel da Ilha Rei George, onde está instalada a Estação Ferraz. Pessoal e equipamentos são levados à estação por meio de bote, lancha ou helicóptero.
O outro meio de acesso a Ferraz é por um dos sete vôos anuais realizados em avião Hércules C-130, da Força Aérea Brasileira. No período do verão austral são realizados quatro vôos, que têm início no Rio de Janeiro, com escalas em Pelotas e Punta Arenas e seguem até a Base Presidente Eduardo Frei Montalva (chilena), situada na mesma ilha da estação brasileira, e provida de um campo de pouso para aeronaves. O percurso entre Frei e Ferraz se faz em meia hora de helicóptero ou três horas de navio.

No inverno, os vôos de apoio levam suprimentos para reabastecimento da Estação e fazem lançamento de carga . A técnica desenvolvida pelas equipes da FAB lhes permite lançar de pára-quedas material, gêneros e equipamentos, às vezes frágeis, com grande precisão e segurança. Consta que até caixa de ovos chegam ao solo com todos os ovos inteiros.

No mês de março o Ary Rongel volta ao Brasil. Traz os dez militares que durante um ano permaneceram na Antártica, equipamentos e amostras coletadas, assim como os resíduos (lixo) produzidos por brasileiros no continente.

Os cientistas vão, então, prosseguir em suas pesquisas, agora em laboratórios no Brasil, enquanto a parte administrativa do Programa Antártico Brasileiro cuida da preparação da operação seguinte, em áreas tão diversas quanto acordos de cooperação internacional, busca de recursos e inclusão no orçamento da União, manutenção do navio, avaliação e seleção de projetos.



Texto: CNPq


Vídeo: Portal FAB

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